É possível fazer algo sem investimento de libido?

Para Freud, pode-se fazer algo sem investimento de libido?

Ao analisarmos a questão psicanalítica freudiana, e falarmos de princípio de prazer, será que,conseguimos então; efetuar uma ponderação sobre as causas e motivos do investimento de libido?

Em uma breve discussão com alguns alunos de psicologia alguns dias atrás, entramos nessa questão após uma aula de psicanálise, onde a indagação que foi feita era: -Então, segundo Freud, será que é possível fazer algo sem que haja o investimento de libido? Ao ver o tamanho da complexidade da pergunta, conseguimos após uma discussão imensa, chegarmos ao um ponto em criamos um senso comum entre todos. Porém, vamos aos detalhes:

O que seria a libido? E o investimento dela?

Para freud, a libido é todo tipo de prazer que você tem seja ao fazer algo, ou então para conseguir se movimentar e logo reproduzir esse mesmo algo. Pode ser tanto uma consequência, como um tipo de motivação para realizar uma ação, ou coisas afins. Em sua teoria, Sigmund sempre teve como um pressuposto primordial, a ideia de princípio de prazer, que dizia que; tudo que pode ser planejado e logo após o planejamento, efetuado de forma concreta ocorre por conta desse princípio. Uma vez em que é esse estímulo que libera as primeiras sensações de prazer ao começar a planejar o que vai ser feito e as consequências depois disso.
O que vale lembrar, e que muita gente confunde ao estudar a vida do psiquiatra Alemão-Austríaco, é de que muita das vezes, conseguimos ver esse prazer que ele menciona sempre em suas obras, relacionado com um prazer sexual, quando não é isso que ocorre. Para Freud, a ideia de uma vida sexual sem traumas, inseguranças e medos, traria futuramente um inconsciente saudável, sem risco de trazer patologias pro consciente ao conseguirmos fazer essa transferência mental entre os dois principais tipos de consciência. Ou seja; neste artigo, não descarto que boa parte da teoria seja feita em cima de prazer sexual, porém não ela toda. Acrescento mais, já que o prazer e o princípio dele é primordial para todo e qualquer tipo de ação, ou pelo menos quase toda. Mas ainda vamos chegar na resposta final para essa pergunta.

Existe alguma coisa que podemos fazer, que dispensa o uso de libido?

Ao levantarmos essa indagação, começamos então a trazer exemplos de coisas simples e também de outras coisas mais complexas para analisarmos se conseguiríamos chegar em ponto da discussão onde encontrássemos a não-necessidade do uso do princípio de prazer para realizar algo. Segue abaixo os exemplos que utlizamos:

Prontamente, eu mesmo disse: - Bom, pensem comigo, todos os dias sei que preciso ir à faculdade, porém, existem alguns dias que não estou nem um pouco afim, vou por obrigação, seria então essa uma ação sem a necessidade de investimento de libido? Errado! Mesmo que eu esteja indo sem nenhum prazer aparente, pela lógica o pensamento é a longo prazo, lembrando-se de que; futuramente terei meu diploma e conseguirei exercer a profissão dos meus sonhos. Ou seja; até quando você pensa não investir a libido, você investiu sim! Isso pode ocorrer para várias outras coisas que eu posso citar aqui.

Um outro exemplo que levantou mais questionamentos ainda foi o da minha amiga quando perguntou: Porém, o fato de que eu fique de luto pela morte de um ente, uma pessoa próxima, não mostra nenhum investimento de libido aparente.
Por alguns segundos o silêncio pairou na sala onde estávamos, até que eu pensei e disse: Porém, você só está de luto, porque aquela pessoa era especial para você e não podia deixar que a partida dela de forma repentina e definitiva desse mundo passasse em branco, então houve sim um investimento de princípio de prazer na questão do luto.
E continuamos assim por mais algum tempo até nos rendermos perante a ideia freudiana e aceitar de que tudo, absolutamente tudo; até mesmo as situações aversivas decorrentes de fatores externos e internos dependem sim de um investimento de libido para que algo ocorra. Sim, Freud é o cara e sempre esteve certo!



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Megda Blog

Criado em 2010 com fins que eu nem sei explicar o porque, eu fiz o blog para postar sobre coisas que eu procuro na internet e também queria ganhar a atenção das pessoas para assuntos realmente interessantes. Quando criei eu tinha apenas 15 anos e o conteúdo era mais infanto-juvenil do que algo realmente sério. Hoje, com 24 anos estou reativando o MegdaBlog com o intuito de trazer assuntos sérios ou não, mas que sejam eles interessantes e prendam a atenção de quem está lendo. Hehe Bom, meu nome é Mateus Megda Marques, tenho 24 anos, sou baterista e estudante de psicologia. Moro no interior de São Paulo e sou gente boa, quem quiser me conhecer pode procurar Mateus Megda no face que só tem eu lá, haha É isso galera, e beijo do Megda pra vocês :*